Procuradoria denuncia Veneziano por desvio de verba
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta quarta-feira (2), o deputado federal Veneziano Vital do Rego Segundo Neto (PSB) e outras três pessoas por desvio de recursos públicos. Conforme a denúncia, em 2006, o então prefeito de Campina Grande teria se apropriado de R$ 75 mil destinados à compra de equipamentos e material de consumo para a instalação de um banco de alimentos no município.
Em nota, o advogado do deputado, Luciano Pires, afirmou que, no Supremo Tribunal Federal (STF), foram efetuados 29 procedimentos, sendo que 28 foram arquivados. Ele ainda garantiu que vai esclarecer a improcedência das acusações e que “Veneziano tem plena e firme convicção na integridade de seus atos, tal como comprovado nas ações anteriores”.
Além do parlamentar, foram denunciados José Luiz Júnior (vice-prefeito de Campina Grande à época), Rennan Trajano Farias (diretor financeiro da prefeitura) e Valdemir de Medeiros Cavalcanti (ex-diretor municipal de finanças). As investigações foram iniciadas a partir da conclusão de uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou uma série de irregularidades na execução do convênio.
José Luiz Júnior informou que não foi oficialmente notificado sobre essa denúncia, mas adiantou que, durante sua vida pública, sempre prezou pela honestidade. O G1 não conseguiu contato com Rennan Trajano Farias, nem com Valdemir de Medeiros Cavalcanti.
Para a PGR, o parlamentar e os demais envolvidos cometeram o crime previsto no artigo 1º do Decreto 201/67, que prevê pena de dois a 12 anos de reclusão. Além da condenação penal, a ação requer a perda da função pública, a reparação do dano com a atualização do montante desviado e o pagamento de indenização por dano moral coletivo, em valor equivalente ao dobro do desvio.
Entre os problemas constatados estava a simulação de um pregão eletrônico, frustrado por falta de interessados e posterior dispensa irregular de processo licitatório. Ainda conforme as investigações, o esquema incluiu a dispensa indevida de licitação, a apresentação de notas fiscais falsas e o saque do valor do convênio na boca do caixa do Banco do Brasil.
Depois de assinar o cheque destinado ao pagamento da suposta empresa contratada, o grupo teria recebido de volta o montante repassado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, conforme a PGR.
A empresa contratada foi uma importadora, que, além de não possuir capacidade técnica para fornecer os materiais que deveriam ser comprados, apresentou valores acima dos praticados pelo mercado, ainda de acordo com a denúncia.
Ouvidos no inquérito, os sócios da empresa afirmaram que jamais participaram de procedimento licitatório vinculado à prefeitura de Campina Grande e que sequer conheciam alguém do Executivo local. “Afirmaram ainda que a empresa nunca trabalhou com produtos de cozinha industrial, mas sim com o comércio varejista em geral, miudezas, presentes, brinquedos, decoração, plantas domésticas”, detalha um dos trechos documento.
G1