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Artigo: ‘Maranhão, um estadista de história honrosa’

As homenagens ao senador José Maranhão (MDB) seguem a todo instante, principalmente dos familiares em que o sentimento de perda surge de forma emocionante, a exemplo do texto escrito pelo sobrinho Antônio Teixeira.

Confira:

“Painho: Hoje completa 7 dias que o céu recebeu o Senador José Maranhão, mais uma vítima do COVID-19.  Homem forte que lutou por 71 dias numa UTI, até que seus pulmões não resistiram mais.  Era um homem público íntegro, um estadista de história honrosa, um cidadão orgulhoso de sua terra, um “mestre de obra” que não parava, um piloto de avião experiente, um político respeitado pelos adversários. 

Na nossa família, meu tio Zé tinha um papel importante, era sua sensatez, autocontrole e prudência, que ajudavam a limitar os mais eufóricos, levar calma aos momentos aos mais tensos, trazer equilíbrio nas horas difíceis e discernimento nas decisões relevantes.

Era um homem de poucas palavras, mesmo assim fazia amigos por onde passava.  Tinha uma resistência física “invejável”, demonstrada nas inúmeras viagens de carro e de avião que fazia pelos 223 municípios da Paraíba, e pelo Brasil afora.  Nas campanhas, era incansável nas longas carreatas intermunicipais e nos longos comícios. 

Morei com ele no início de minha vida em Brasília, e lá conheci melhor sua rotina e todos os hábitos simples. Preferia a sopinha de casa, do que os restaurantes badalados,  e quando aceitava um convite pra sair, preferia uma pizzaria tradicional ou um sanduíche perto de casa.  Não reformava o apartamento, pois dizia que só usava pra dormir, e que não não achava justo usar dinheiro público pra modificar o que já estava mais do que suficiente.  Quando governador, certa vez perguntei ao meu tio, “por que o senhor não fica no hotel que a maioria dos governadores se hospedam?” ele então me respondeu  “eu sei o preço da diária. Se pessoalmente não pago esse valor numa diária, por que ele pagaria como governador?” Esses vários gestos simples e de economia. 

Foi um tio que me acolheu nos primeiros meses de minha vida.

Foi padrinho de minha formatura.  Me ajudou a conseguir meu primeiro emprego. Esteve em tantos outros momentos importantes em minha vida. E foram muitos.  

Também estive presente em momentos marcantes de sua vida.  Participei desde criança de todas as suas campanhas, e foram muitas, várias de deputado, uma de prefeito, várias de governador, duas de senador.  Estive nas vitórias, e  nas derrotas.  Como médico ajudei a tratá-lo em poucas vezes na vida em que ficou doente, cito aqui a chikungunya e agora com o COVID-19.  

Ah meu tio Zé, você fará falta por aqui. Principalmente na vida da minha tia Fátima, minha segunda mãe, uma guerreira, que honrará seu legado.  A Paraíba e seus filhos choram esse homem que tanto fez.  Sejamos fortes.

Aí do céu, onde sempre adorou estar, olhe por nós!  🛫🌞⭐️🙏🏽. 

@josemaranhao

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