Em pouco menos de quatro horas, a Bolívia viveu um dos episódios mais tensos de sua já turbulenta história política recente.
Em uma tentativa frustrada de golpe, o ex-comandante do Exército do país Juan José Zúñiga e soldados aliados invadiram o Palácio Quemado, antiga sede do governo, mas acabaram desmobilizados. Zúñiga e outro comandante terminaram presos.
Cara a cara
Na tarde de quarta-feira, tanques do Exército e militares armados, comandados por Zúñiga, chegaram a invadir o Palácio Quemado, a antiga sede do governo que ainda funciona para atos protocolares.
Logo após a invasão, o presidente boliviano, Luis Arce, foi pessoalmente até o local — ele estava no prédio ao lado, onde hoje funciona a sede do governo.
Ao chegar, o presidente deu Zúñiga, e os dois protagonizaram uma discussão registrada por pessoas que estavam no local. Na discussão, os dois gritam, e o presidente ordenou que o ex-comandante do Exército desmobilizasse as tropas. Zúñiga não responde.
“Altogolpe”
O ex-comandante do Exército acabou preso após o episódio e será algo de uma investigação da Procuradoria-geral da Bolívia.
No entanto, ao ser levado por policiais do palácio, Zúñiga parou em frente à imprensa e fez uma declaração surpreendente: acusou o presidente Luis Arce de ter orquestrado um autogolpe para ganhar popuridade.
Segundo o ex-comandante do Exército, Arce lhe pediu no domingo para que o general tentasse um golpe. Ao tentar defender seu país, o atual presidente ganharia popularidade. Seria um autogolpe, afirmou Zúñiga, visando as eleições de 2025, quando Luis Arce concorrerá pelo poder com seu ex-aliado Evo Morales.
G1 – Foto: Reprodução