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Energia em Pauta

Banco do Nordeste mais generoso em 2025!

*Por Gláucia Pereira

2024 está chegando ao fim com bons presságios para o mercado de energia solar no Nordeste. Sobre o tema, o Banco do Nordeste (BNB) tem protagonizado o financiamento dos sistemas de pequeno, médio e grande porte, das quais destacam-se 2 linhas de crédito:

  • FNE Sol: Todos os componentes dos sistemas de micro e minigeração de energia elétrica fotovoltaica, eólica, de biomassa ou pequenas centrais hidroelétricas (PCH), bem como sua instalação. Exemplo desses sistemas são as placas solares instaladas nos telhados das residências ou pequenas usinas que operam de forma remota (distante dos locais de consumo), mas que estão situadas na mesma área de concessão da distribuidora de energia elétrica (no caso da Paraíba, Energisa Paraíba).

 

Usina da Coopsolar (Cooperativa de Energia Solar) é uma microgeradora de energia, com capacidade de 75kW. A cooperativa conta com 46 cooperados, distribuídos em 4 mini usinas instaladas no Estado da Paraíba.
Usina da Coopsolar (Cooperativa de Energia Solar) é uma microgeradora de energia, com capacidade de 75kW. A cooperativa conta com 46 cooperados, distribuídos em 4 mini usinas instaladas no Estado da Paraíba.
  • FNE Verde: Visa promover o desenvolvimento de empreendimentos e atividades econômicas que propiciem a preservação, conservação, controle e/ou recuperação do meio ambiente, adaptação às mudanças climáticas, transição para uma economia de baixo carbono e adequação à legislação ambiental e de recursos hídricos, com foco na sustentabilidade e no aumento da competitividade das empresas e cadeias produtivas.  Através dessa linha de crédito, o BNB incentiva a modernização da estrutura do modal de transportes, a substituição cada vez maior da matriz energética atual para uma mais limpa.

O FNE Verde foi responsável pela maior parte dos financiamentos voltados à construção de plantas de energia solar e eólica no Nordeste.  Danilo Cabral, superintendente da Sudene, em anúncio feito para o FNE 2025, afirmou: 

“A Região Nordeste cumpre um papel crucial na transição energética brasileira, sendo responsável por mais de 80% da energia renovável produzida no país. Por isso, os instrumentos de financiamento, como o FNE Verde, precisam estar alinhados às demandas tecnológicas e ambientais da nossa realidade”.

Usina Fotovoltaica (UFV) Complexo Coremas.  O investimento total foi de R$ 482 milhões, contando com R$ 287 milhões do Banco do Nordeste.

O próximo foco é o fomento ao armazenamento de energia. A inclusão de baterias no planejamento energético é um marco para a matriz elétrica brasileira. Esses sistemas permitem o armazenamento do excedente de energia gerado por fontes renováveis, como solar e eólica, e ajudam a estabilizar o sistema elétrico, reduzindo oscilações de geração e consumo. O uso de baterias integradas aos sistemas de armazenamento permite que fontes renováveis sejam utilizadas em maior escala, já que tornam possível “estocar” energia em períodos nos quais a produção excede o consumo.

O orçamento projetado para o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) aumentou em 18,6% para o exercício de 2025, em relação ao de 2024, totalizando R$ 47,29 bilhões. A previsão é que o FNE Verde tenha R$ 7,7 bilhões para 2025.

Em que pese as críticas do Tribunal de Contas da União proferidas no Acórdão 2609/2024, publicado no dia 12/12, o BNB tem sido um grande motor de crescimento para investimentos em energia solar no Nordeste. De acordo com auditoria do TCU há um espaço significativo para melhorias nos processos de trabalho do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e da Sudene, sobretudo no que tange à transparência.

Apesar do alerta, vale ressaltar as preocupações do BNB com a consolidação de políticas públicas. Um exemplo é o tratamento diferenciado às empresas criadas ou compostas por mais de 40% de seu quadro societário de mulheres, refletindo o seu alinhamento com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.

Otimismo e boas expectativas para 2025!!

*Gláucia Pereira é engenheira eletricista com mais de 40 de experiência. Atuou por mais de 27 anos na Energisa Paraíba e na CONTROL, empresa terceirizada de diversas distribuidoras, entre elas a Eletrobrás Piauí e Amazonas Energia. É ex- Conselheira do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (COPAM) e desde 2020 é Conselheira Estadual do CREA-PB e Coordenadora da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica . Atualmente, é sócia da GENS ENERGIA, da Rio Salgado Geração de Energia Elétrica, Vice-Presidente da Associação de Engenheiros Eletricistas (ABEE Nacional) e Diretora Administrativa da Associação Paraibana de Engenheiras Agrônomas e Geocientistas (APEAG).

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