Estamos na década da ciência da desinformação!!
De acordo com a consultoria Dimensions Analytics em 2015 foram publicados apenas 352 estudos formais com a expressão “misinformation” (informação falsa) no título ou no resumo. Em 2024, o número acumulado foi de 5.804.
Compreender as fake news e as formas de combatê-las ganha importância ainda maior após a decisão da empresa META (comanda o facebook e o Instagram) de finalizar a checagem de fatos para a fim de favorecer a liberdade de expressão, segundo Mark Zuckemberg (CEO da META). O fim da checagem de fatos permite que usuários associem doenças mentais a gênero ou orientação sexual em contextos de debates religiosos ou políticos. Também flexibilizam restrições a discursos que defendem a limitação de gêneros em determinadas profissões.
Outra regra que já começa a valer no Brasil nas próximas semanas é quanto aos conteúdos que abordam política, eleições ou debates sociais. Até então, esse tipo de publicação tinha seu alcance limitado. Agora, as postagens serão recomendadas pelos algoritmos aos usuários, mesmo que venham de contas que eles não seguem.
BRASILEIROS TENDEM A ACREDITAR EM NOTÍCIAS FALSAS
No Brasil, em matéria de fake news, o sinal de alerta é ainda maior. Estudo realizado pela OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, publicado em julho de 2024, com pouco mais de 40 mil pessoas, em 21 países, entre eles, Brasil, Colômbia, Finlândia, Itália, Japão, Portugal e Estados Unidos. Na avaliação, os participantes interagiram com conteúdos verdadeiros e falsos em uma interface semelhante a uma rede social.
Os entrevistados do Brasil, Colômbia e Estados Unidos mostraram uma tendência maior em acreditar em notícias falsas, segundo os pesquisadores.
O levantamento também apurou que 71% dos entrevistados apontaram a sátira como a linguagem mais fácil de ser identificada como notícia falsa. No Brasil a dificuldade em identificar a sátira como mentira foi maior, com 57%.
Além disso, mostrou-se que as redes sociais são o ambiente onde é maior a dificuldade em identificar o que é falso ou verdadeiro. Na América Latina, mais de 85% dos entrevistados relataram buscar informações pelas redes sociais com frequência.
Os participantes que acreditam mais nas redes foram os que tiveram o pior desempenho em distinguir se as notícias eram falsas ou não. A média dos 21 países analisados ficou inferior a 10%. A Colômbia foi o país onde foi relatada maior confiança em notícias divulgadas em redes sociais, confirmada por mais de 60% dos entrevistados. O Brasil ficou logo atrás, com três pontos percentuais de diferença.
“TAXAÇÃO” SOBRE PIX E PETS
Indignação viraliza!! A maioria das fake news é altamente emocional, contém sentimentos negativos, tendendo a provocar indignação no receptor da mensagem. E sabe-se que as pessoas, quer queiram, quer não, se envolvem com informações ultrajantes, provocadoras, que ganham mais probabilidade de viralizar.
Nessa esteira, tomou a pauta do Brasil o vídeo sobre a “taxação” de pix e pets criado por Inteligência Artificial (I.A). A mídia mostra Haddad anunciando a criação de novos impostos. Apesar dos cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz o vídeo deu o que falar, pois mexeu numa parte bem sensível da população: “O BOLSO”
Nas redes sociais do Ministério da Fazenda o Ministro afirmou:
“Não, a Receita Federal NÃO vai cobrar impostos sobre o Pix! O que está acontecendo é uma atualização do sistema de acompanhamento financeiro para incluir novos meios de pagamento, como o Pix. A Receita vai receber só valores globais das instituições financeiras, sem identificação individualizada de cada operação.
A medida visa a um melhor gerenciamento de riscos pela administração tributária, a partir da qual será possível oferecer melhores serviços à sociedade, em absoluto respeito às normas legais dos sigilos bancário e fiscal.”
Diante disso, a Advocacia-Geral da União, AGU, notificou extrajudicialmente a META para retirar do ar um vídeo falso, o que ocorreu na última na quinta-feira (9).
A AGU analisa acionar a META na justiça.