A Grande Revolta Síria começou em julho de 1925, resposta à imposição dos franceses após a Primeira Guerra Mundial (1924-1918). A revolta foi alimentada pelo descontentamento com a exploração econômica, a repressão política e a divisão territorial da região, que ignorava as aspirações dos povos locais por independência.
Conflito armado que aconteceu na Síria e no Líbano, acabou sendo um fracasso e serviu apenas para sedimentar coloniaslismo francês na região. Cerca de seis mil sírios foram mortos e outros 100 mil perderam suas casas. A infraestrutura do país também foi deixada em ruínas.
Nesse período, ganha destaque Izz ad-Din al-Qassam, pregador do Islã sunita, estudou no Egito, na Universidade de al-Azhar. Situada na Cidade do Cairo, a escola foi difusora do salafismo, movimento ultraconservador do islamismo sunita que prega a Xaria sistema de Lei Islamica, baseado no Alcorão, nos hádices, que são relatos da vida do profeta Maomé e na Suna que prega os ensinamentos e práticas do profeta. Al-Quassam fundou al-Kaf al-Asuad (“a Mão Negra”), o primeiro grupo organizado de militantes palestinos.
Líder do bombardeio de Damasco em 1925, Al-Quassam exerceu influência no conflito mais amplo da Revolta Síria. A ocupação francesa, apesar de sua justificativa como um arranjo temporário e desenvolvimentista, carregava as marcas do paternalismo colonial e da extração econômica que levaram à desilusão e ao ressentimento generalizados entre os sírios em 1925.
Em 17 de outubro de 1925, os membros da população auxiliados pelos insurgentes atacaram as tropas francesas em Damasco. No dia seguinte, os franceses enviaram tanques para a cidade e começaram a evacuar todas as tropas antes de iniciar um vasto bombardeio. Entre 18 e 21 de outubro de 1925, Damasco estava sob fogo pesado de aviões e tanques franceses. Bairros inteiros foram destruídos e centenas de seus habitantes foram mortos.
Após a derrota para os franceses, condenado à morte, Al- Quassam foi para as montanhas, dando vida a uma forma de resistência patriótica, recorrendo às ferramentas típicas da guerrilha. Na Síria, sua participação na Grande Revolta de 1925 é lembrada como um exemplo de liderança em tempos de crise. Na Palestina, sua morte em 1935, em um confronto com as forças britânicas, marcou o início de uma nova fase na resistência palestina, inspirando a criação de grupos como o Hamas, cujo braço armado leva seu nome: as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam.
As brigadas procuram estabelecer um estado islâmico da Palestina, compreendendo Gaza, a Cisjordânia e Israel — acabando com Israel como entidade política no processo.
A participação de Al-Quassam na Grande Revolta Síria de 1925 e sua liderança na Palestina evidenciam a continuidade das resistências locais contra o imperialismo. O clérigo não é apenas um herói nacional, mas do povo árabe.
Redação