CidadedestaqueEnergia em Pauta

Sim ou não para Angra 3? 

Lógico que sim!

*Por Gláucia Suzana

Na década de 70, a energia nuclear era a única saída para Brasil. A falta de energia gerada pelas hidrelétricas e como o carvão e o petróleo traziam dependência de importações, não havia outra saída a não ser a nuclear.

Das usinas que iniciaram a construção naquela década, Angra I entrou em operação em 1985, Angra 2 em 2001 e Angra 3 vive um impasse: gastar R$21 bilhões e desistir de finalizar a usina ou aportar mais R$ 23 bilhões para operá-la?

Não me parece razoável ‘queimar’ R$ 21 bilhões, nem desperdiçar uma geradora de energia firme e segura com potência de 1.405 megawatts,  capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, o suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas. Nem mesmo os fantasmas dos desastres ocorridos na Central Nuclear de Three Mile Island, localizada em Harrisburg, capital da Pensilvânia, Chernobill na então União Soviética e Fukushima no Japão. Precisamos aprender com o passado e seguir em frente. Capacidade e tecnologia temos para isso.

Em 2024 a Constellation Energy e a Microsoft assinaram um acordo de fornecimento de energia para data centers que levará ao reinício de uma das unidades da usina nuclear Three Mile Island. A Constellation, que planeja gastar cerca de US$ 1,6 bilhão para renovar a usina, está aguardando licenças e espera que a unidade entre em operação até 2028.

De acordo com a matéria da Revista Exame publiacada ontem (10), a França vai apostar em sua energia nuclear abundante para se tornar um polo global de inteligência artificial, destinando um gigawatt de eletricidade para um centro de computação de IA que deve custar €10 bilhões na primeira fase.

Ou seja, enquanto o mundo pensa em retrofit das usinas nucleares, não há que se falar em, dispensá-las. Pelo menos, na minha opinão!

*Gláucia Pereira é engenheira eletricista com mais de 40 de experiência. Atuou por mais de 27 anos na Energisa Paraíba e na CONTROL, empresa terceirizada de diversas distribuidoras, entre elas a Eletrobrás Piauí e Amazonas Energia. É ex- Conselheira do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (COPAM) e desde 2020 é Conselheira Estadual do CREA-PB. Atualmente, é sócia da GENS ENERGIA, da Rio Salgado Geração de Energia Elétrica, Vice-Presidente da Associação de Engenheiros Eletricistas (ABEE Nacional) e Diretora Administrativa da Associação Paraibana de Engenheiras Agrônomas e Geocientistas (APEAG).

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