
*Por Laryssa Almeida.
O mês da Mulher em 2025 está sendo marcado por eventos inspiradores que celebram o empoderamento feminino, seja no empreendedorismo, na liderança ou, como destaque desta semana, na política. Minha agenda em Brasília foi intensa e encerrei com chave de ouro participando do primeiro dia da segunda edição do Compol Mulheres, um evento que começou nesta quinta, dia 20, e segue até a sexta-feira (21), no Auditório Freitas Nobre, localizado no subsolo do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
O Compol Mulheres é um espaço de troca e aprendizado, com palestras voltadas para fortalecer a comunicação política feita por mulheres. Um evento único, que celebra o nosso mês em grande estilo, orientando e empoderando mulheres, sejam pré-candidatas ou não, a construir narrativas, ampliar suas vozes e mostrar que a atuação feminina na política e no mercado é imprescindível.
Dentre os temas debatidos nesse primeiro dia, uma pergunta trazida por Cila Schulman, CEO do Ideia Instituto de Pesquisa e experiente estrategista em campanhas eleitorais desde 1988, não saiu da minha cabeça: “Serão as mulheres a luz no fim do túnel da polarização?”
Essa provocação, baseada em pesquisas e análises profundas do eleitorado brasileiro, deixou a plateia vidrada. A polarização política, que assombra a política brasileira e mundial, desvia o foco do eleitor mediano e dá aos extremos o domínio da narrativa. Esse cenário é um prato cheio para quem gosta de criar conflitos em torno de pautas ideológicas, deixando de lado os problemas reais da sociedade.
Um ambiente político polarizado alimenta discursos de ódio entre campos ideológicos opostos, colocando em risco a democracia e aumentando a violência política – algo que é ainda mais perigoso para nós, mulheres. No entanto, como ressaltado na palestra, desde o surgimento do movimento #MeToo, as mulheres têm tomado decisões de voto de forma diferente dos homens.
Enquanto os homens tendem a ser mais influenciados por ideologias e discursos de autoridade, as mulheres buscam soluções concretas para seus problemas. Não se trata mais apenas de vagas em creches e escolas, mas de questões como feminicídio, saúde da mulher, segurança menstrual, segurança pública, acesso à educação e igualdade salarial, para citar alguns exemplos.
Essa diferença no comportamento eleitoral faz com que as mulheres tenham maior tendência a rejeitar candidaturas com discursos polarizados. Por isso, como destacou Schulman, podemos afirmar que nós, mulheres, somos a luz no fim do túnel da polarização.
Mas, para que essa luz brilhe ainda mais, precisamos de mais mulheres na política. Apesar dos avanços, a participação feminina ainda é baixa: hoje, as mulheres representam apenas 15% do Congresso Nacional e 18% das Assembleias Legislativas. Em 2026, temos a oportunidade de mudar esse cenário, elegendo mais mulheres para os cargos legislativos.
O Compol Mulheres é um exemplo de como estamos avançando, mas ainda há muito a ser feito. A política precisa de mulheres não apenas para representar nossos interesses, mas para trazer um novo olhar, mais colaborativo e menos polarizado, para a construção de um futuro melhor.
Que este mês da Mulher nos inspire a ocupar cada vez mais espaços e a transformar a política em um ambiente de diálogo, respeito e soluções para problemas reais. Pensem nisso!