Política

Antes tarde do que nunca: Romero endurece medidas

Apesar da gestão do prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues (PSD) e do seu vice-prefeito Enivaldo Ribeiro (PP) ter sido alertada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pelo Sindicato dos Médicos de Campina Grande e Região e demais órgãos de fiscalização da saúde pública da cidade, da necessidade da prefeitura melhor cuidar dos seus servidores disponibilizando equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), manter aberto os 21 postos de saúde fechados, e determinar medidas mais rígidas de isolamento social nesses 60 dias iniciais de pandemia, a gestão só anunciou neste domingo (24), que pretende implantar no começo da semana um novo pacote de medidas restritivas mais rígidas em Campina Grande, por conta no crescimento no total de casos confirmados de Covid-19 na cidade que já chega perto dos 1000 casos.

Ignorando esses conclames da sociedade por mais de 60 dias, inclusive ameaçando por diversas vezes a reabertura do comércio, que resultaram em tristes realidades como, a denuncia por meio das redes sociais, onde profissionais da saúde do Hospital Municipal Pedro I, onde supostamente foi entregue o hospital e campanha por Romero semana passada, afirmam que a unidade hospitalar é só de ‘fachada’, pois até a entrega não tinha nenhum equipamento necessário para seu funcionamento.

A unidade que na sua promessa do prefeito contaria com 42 leitos, com pontos de oxigênio, sendo 20 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para tratamento de vítimas da Covid-19, não conta com os equipamentos necessários para seu funcionamento é o que afirmam profissionais da saúde que trabalham no Hospital Pedro I, que por meio das redes sociais pediram a ajuda da imprensa para se fazerem presentes no suposto hospital de campanha, para fazer as devidas comprovações destas denúncias abaixo referidas. “Só estão as paredes as macas e os tubos nas paredes. Nem a entrada dos médicos entrarem para trocar a roupa que vem de casa e colar a roupa para o atendimento está feita. Construíram nas carreiras, para Romero fazer de conta que inaugurou”, disse um médico do hospital que pede a ida da imprensa para o local para comprovar as denúncias.

Esta semana Campina Grande bateu recorde, onde segundo o boletim epidemiológico Campina Grande registrou 101 novos casos do coronavírus nas últimas 24 horas, um aumento de 65% no número de pessoas que testaram positivo. De acordo com Felipe Reul, o crescimento dos casos demonstra um real aumento da transmissão do vírus na cidade, o que se justifica devido também ao aumento de casos entre os servidores da saúde e demais auxiliares do prefeito que já solicitaram por diversas vezes o risco de saúde que estão convivendo, pois a prefeitura só disponibiliza metade das mascaras necessárias para as equipes de saúde.

“A ordem veio do mesmo jeito para mim há vários dias, mas eu não aceitei trabalhar 6 horas com uma única máscara. Então, estávamos fechando as 11:30 e sem trabalhar a tarde. Mas hoje eu recebi a notícia de que teremos que trabalhar até às 13h com uma única máscara. E eu recusei isso. Solicitei duas máscaras para poder cumprir com esse horário. Só que teve uma reunião da ASPEN hoje e teremos notícias oficiais sobre essa questão. O pessoal não está aceitando isso não de trabalha seis horas apenas com uma máscara que deveria ser usada apenas por 2h. Será que devemos aceitar?”, indaga um dos médicos ao prefeito Romero por meios das redes sociais.

Mês passado por meio de uma carta aberta, constando uma denúncia referente às condições de trabalho dos profissionais do Samu da cidade foi divulgada nas redes sociais. A principal queixa presente no texto estava relacionada a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para a atuação com segurança desses profissionais.

A denúncia alcançou o Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) e foi determinado que a Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande deverá enviar um relatório semanal para que o órgão possa acompanhar o fornecimento dos equipamentos de proteção individual (EPIs) a profissionais de saúde do município, entre eles, aqueles que atendem no Samu. Além disso, deverá ser enviado dados sobre possíveis profissionais infectados com o novo coronavírus e quais medidas serão adotadas.

As determinações foram decididas após uma reunião, por videoconferência, com secretário de Saúde do Município de Campina Grande, gestores de unidades de saúde geridas pelo município e membros dos três ramos do Ministério Público (MPT, MPF e MPPB), com o objetivo de tratar sobre medidas de prevenção e controle para evitar o contágio de profissionais de saúde pela Covid-19 e saber que medidas estão sendo observadas nas unidades de saúde de referência para a doença, no município de Campina Grande.

UBSF´s fechados – Também nesta semana, profissionais da saúde municipal denunciaram que 21 Unidades de Saúde da Família (UBSF) por falta da distribuição por parte da prefeitura de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). Os profissionais apelam que membros da imprensa visitem as unidades abaixo e comprovem o respectivo fechamento destas unidades:

As Unidades de Saúde da lista abaixo estão fechadas por falta de EPIs, são elas:
• 1 Malvinas1
• 2 Ressurreição
• 3 João Rique
• 4 Bodocongó equipe 1 e 2
• 5 Hidemburgo Nunes ( 3 equipes)
• 6 Estreito
• 7 Nações
• 8 Monte Santo
• 9 Raiff Ramalho
• 10 Galante 1, 2e 3
• 11 Bairro Cidades 1
• 12 Jardim Quarentena
• 13 Conceição
• 14 Jardim Paulistano 1 e 2
• 15 Malvinas V
• 16 Ricardo Amorim equipe1e2
• 17 Raimundo Carneiro
• 18 João Rique 1 e 2
• 19 Velame 1 e 2
• 20 Catingueira 1 e 2
• 21 Bonald Filho 1 e 2

O descaso não é só na Atenção Básica – Semana passada a imprensa denunciou que após a gestão de Romero e Enivaldo ignorar alertas do MPT e do sindicato dos médicos, mais de dez profissionais do Samu de CG testaram positivo para Covid-19; confira detalhes: https://www.polemicaparaiba.com.br//cidades/campina-grande/apos-romero-ignorar-alertas-do-mpt-e-sindicato-dos-medicos-mais-de-dez-profissionais-do-samu-de-cg-testam-positivo-para-covid-19-confira-a-nota/

Segue a nota na íntegra do Sindicato dos Médicos de Campina Grande e Região:

Nota

Tendo em vista o elevado número de médicos, com sintomas de Coronavirus, e casos confirmados;

Tendo em vista a falta de equipamentos de proteção para desenvolver seu trabalho

Recomenda:

  1. Comunicar ao Ministério Público do Trabalho, Curadoria da Saúde e a Secretaria de Saúde, a grave situação acima relatada;
  2. Caso a Secretaria de Saúde de Campina Grande, não enviar os equipamentos de segurança para as equipes de atendimento do SAMU, fica suspenso os atendimentos para sintomas de Coronavirus;
  3. No caso dos médicos afastados, devido estarem suspeitos ou confirmados com a patologia citada, fica assegurados seus pagamentos.
  4. Que seja contratados mais médicos para o SAMU local

Redação

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