Encrencada em investigações da Operação Calvário, a ex-prefeita Márcia Lucena (Conde-PSB) entrou em outra bronca. Ela não está só na ação impetrada pelo Ministério Público do Estado e leva consigo, no mesmo “barco furado”, a ex-secretária Renata Martins (Saúde) e Cláudia Germana de Souza Feitoza, ex-coordenadora de Assistência Farmacêutica de Conde.
A acusação é acerca da incineração de quase 350 mil medicamentos que Márcia teria ordenado, parte para tratamento da Covid-19. Por conta disso, a MP pediu o bloqueio dos bens das acusadas para garantir o pagamento do prejuízo no valor de R$ 738.265,00, também inelegibilidade para cargos públicos eletivos.
Mais medicamentos vencidos foram encontrados entre os dias 03 e 05 de junho de 2020 na Farmácia Central em uma sala descaracterizada no centro da cidade.
A empresa Sim Gestão Ambiental Serviços, responsável pela coleta e descarte de lixo hospitalar de Conde na gestão Márcia Lucena, relata que o material descartado chega a ser 14 vezes maior que a população da cidade de Conde.
De acordo com a promotora Cássia Mendes de Sá, “todas as promovidas agiram de forma negligente na conservação de patrimônio público, deixando de promover o controle de estoque e gerenciamento de milhares de medicamentos, que, ao invés de revertidos em favor da população, foram descartados, gerando imenso prejuízo a saúde pública e ao erário.”
O Ministério Público agiu com base em relatórios da Polícia Civil, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Angevisa (Agência Estadual de Vigilância Sanitária) e do CRF (Conselho Regional de Farmácia), a partir de uma denúncia após visita de fiscalização de vereadores aos locais de armazenamento dos remédios.
Lembrando que Márcia Lucena já cumpriu prisão, recentemente se libertou do uso de tornozeleira eletrônica, além, também, de outras medidas cautelares por ter se envolvido na organização criminosa, comandada, de acordo com o MP, pelo ex-governador Ricardo Coutinho.
Blog de Marcone Ferreira
