Rússia veta na ONU resolução que propõe inquérito sobre armas químicas na Síria
A Rússia usou nesta terça-feira (10) seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para vetar um texto proposto pelos Estados Unidos que propõe a criação de um novo inquérito sobre quem é responsável por ataques com armas químicas na Síria.
Doze dos 15 membros do Conselho de Segurança votaram a favor da criação de um inquérito. A Rússia, aliada da Síria na guerra civil de mais de 7 anos, votou contra e teve o apoio da Bolívia. Já a China se absteve.
Para ser aprovada, uma resolução precisa de 9 votos a favor e nenhum veto de Rússia, China, França, Reino Unido ou Estados Unidos.
“Essa resolução é o mínimo que o Conselho pode fazer para responder ao ataque”, disse a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, antes de a proposta ser votada.
Em uma reunião do Conselho nesta segunda, Haley disse que os EUA vão responder ao ataque independentemente da decisão que o Conselho de Segurança tomar. EUA, França e Reino Unido acusam o governo de Bashar al-Assad de ser o responsável pelo ataque, o que Assad e a aliada Rússia negam.
O presidente americano Donald Trump anunciou nesta segunda que tomaria uma “decisão importante”. Nesta terça, o francês Emmanuel Macron afirmou que está estudando “questões técnicas” sobre uma possível ação militar contra a Síria junto com os EUA e o Reino Unido.
Ataque contra Duma
O ataque em que um gás tóxico teria sido utilizado aconteceu no sábadoe deixou dezenas de mortos e feridos. A acusação do suposto ataque químico contra o governo partiu do grupo rebelde sírio Jaish al-Islam. Eles acusam o regime de Assad de lançar um barril-bomba com substâncias químicas venenosas contra civis.
Duma fica na região de Guta Oriental, onde desde fevereiro o governo sírio promove uma ofensiva para retomar o controle das mãos dos rebeldes. A cidade, que é a maior dessa região, é um dos últimos redutos dos combatentes que lutam contra Assad.