Ex-presidente da Petrobrás debate o setor energético em João Pessoa
Em evento organizado pela Lide Paraíba, Jean Paul Prates reforça a importância da exploração da Margem Equatorial.

*Por Gáucia Pereira
Nesta quinta, 13, participei do almoço de negócios organizado pela Lide Paraíba, realizado na Adega do Alfredo, em João Pessoa, Paraíba. Com a palestra ´Energia Renovável e Sustentabilidade: O protagonismo do Nordeste no sistema energético´, o ex-senador do Rio Grande do Norte, pelo PT e ex-presidente da Petrobrás, compartilhou conhecimento, reflexões e as suas realizações como político, técnico e empresário no setor energético.
Na ocasião, tive a oportunidade de presenteá-lo com o livro ‘Explicando o Setor Elétrico’, que escrevi em 2021, em co-autoria com Priscilla Maciel, advogada e mestre em Direito da Energia.

Atual head de energia da Lide, movimento que agrega grandes empresários para network e compartilhamento de ideias e aprendizados, criado por João Doria, ex-governador de São Paulo, Jean Paul fez a sua apresentação lastreada na sua vasta experiência no setor de energia. Dono de um trajetória consolidada, com experiências no Brasil e no exterior, o economista, advogado e ex-parlamentar pelo Rio Grande Norte, é mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pensilvânia e em Economia de Petróleo e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo.
Jean foi consultor jurídico da Braspetro na década e 1980, foi secretário de energia do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e fundador do CERNE (Centro de Estratégia de Recursos Naturais e Energia), entidade que contribuiu com o crescimento do Rio Grande do Norte no segmento de geração de energia, que lidera o ranking de potência instalada de energia eólica do Brasil. Em 2024, ultrapassou a marca de 10GW de geração, o correspondente à 30% da geração de energia eólica do Brasil.
“Frear uma fonte e começar outra”, não faz sentido nenhum, de acordo com Prates. Para o ex-presidente da Petrobrás, “o Brasil está atrasado na exploração da margem equatorial”. A margem equatorial está localizada no Norte do país, entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte ,apresenta um importante potencial petrolífero e conta com uma série de oportunidades para melhorar a vida de milhares de brasileiros. Existe a possibilidade de gerar empregos, aumentar a arrecadação e participar de um desenvolvimento regional e nacional.
Ambientalista e incentivador das renováveis, Jean Paul pondera que para estimular uma fonte de energia não se deve deixar de explorar outras. Em 2023, o Governo Federal estimou que seria possível extrair 10 bilhões de barris de petróleo na Foz do Amazonas, área na Margem Equatorial. No entanto, o Ibama negou autorização para atividades petrolíferas na região. Após a rejeição, foi iniciada uma batalha política e ambiental sobre o tema. Na época,Prates era o presidente da estatal, substituído por Magda Chambriand, que assumiu a presidência da entidade em junho de 2024.
A Margem Equatorial é considerada a última grande fronteira exploratória no Brasil. Segundo a Petrobras, a região tem potencial de garantir a segurança energética do país após um esgotamento das reservas do pré-sal. No entanto, abrange regiões ambientalmente sensíveis, com grande biodiversidade, ainda não completamente conhecida.
A exploração da área crava uma disputa entre o Ministério de Minas e Energia e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em pleno ano de COP30, que acontecerá em Belém do Pará. Espera-se que os aspectos econômicos se coadunem com o ambiental, pois progresso econômico sem respeitar o meio ambiente é irracional e retrógrado.
Além de muito aprendizado, o momento foi marcado pelo encontro com amigos do setor energético da Paraíba.

Parabéns à Lide Paraíba pela organização e iniciativa!
*Gláucia Peireira é engenheira eletricista com mais de 40 de experiência. Atuou por mais de 27 anos na Energisa Paraíba e na CONTROL, empresa terceirizada de diversas distribuidoras, entre elas a Eletrobrás Piauí e Amazonas Energia. É ex- Conselheira do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (COPAM) e desde 2020 é Conselheira Estadual do CREA-PB. Atualmente, é sócia da GENS ENERGIA, da Rio Salgado Geração de Energia Elétrica, Vice-Presidente da Associação de Engenheiros Eletricistas (ABEE Nacional) e Diretora Administrativa da Associação Paraibana de Engenheiras Agrônomas e Geocientistas (APEAG).